Continuando com o relato do nosso processo de imigração, em janeiro de 2013 aumentamos a carga horária do nosso curso de francês para 3 horas por semana. Como estávamos ansiosos para dar entrada no processo, sentíamos que precisávamos de um boost se quiséssemos que isso acontecesse ainda em 2013. A diferença que sentimos em relação ao aprendizado foi muito maior do que a diferença de 1 para 3 horas por semana. Com a maior carga horária foi possível dividir em duas aulas e, com o menor intervalo entre as aulas, menor era a probabilidade de esquecer aquilo que tínhamos aprendido na aula anterior.
Mais ou menos na metade de 2013 decidimos agendar o TCFQ. Sentíamos que “corríamos o risco” de conseguir nota suficiente para o processo, mas não estávamos plenamente confiantes. Em 19 de agosto realizamos as provas de compreensão e expressão oral (as únicas competências exigidas pelo processo do Québec até então). Saímos da Aliança Francesa com menos esperança do que entramos. Acho que isso se deu por conta da forma como o TCFQ funciona.
Diferentemente do DELF, no TCFQ aplica-se uma única prova para todos os candidatos, independentemente do nível de francês, e a classificação é feita de acordo com o quão bem cada um se sai nessa prova. Sendo assim, as provas tem desde questões relativamente fáceis até questões extremamente difíceis. Na compreensão oral, por exemplo, cada questão corresponde à uma situação que é reproduzida em áudio. Ao final de cada situação o candidato tem um tempo predeterminado (digamos, 30 segundos) para responder à questão correspondente e se preparar para a próxima. A dica para realizar esse tipo de prova é tentar ler as questões antes do audio começar a tocar, de forma que você já tenha uma ideia do que irá escutar. Acontece que, conforme aproxima-se o final da prova, as questões se tornam muito longas e mal dá tempo de ler antes do áudio passar para a questão seguinte.
No final das contas, a nossa preocupação se mostrou desnecessária visto que tínhamos conseguido nos encaixar no nível B1 que, a princípio, nos credenciava para imigrar para o Québec. Isso até nos darmos conta que, em agosto de 2013, o processo havia mudado e passou a ser exigido de todos os requerentes principais (no nosso caso, eu) o nível B2 em pelo menos uma competência. (Lição aprendida: manter-se sempre atualizado com relação ao processo, pois ele é mais dinâmico do que se imagina.)
Fizemos uma nova simulação do nosso processo e vimos que, considerando que eu conseguisse comprovar um inglês intermediário no IELTS (que eu acabei fazendo apenas em janeiro de 2014), caso eu conseguisse o B2 (obrigatório, se quiséssemos imigrar) a minha esposa não precisaria refazer a prova. Para a minha “tranquilidade”, eu havia ficado a 1 mísero ponto de conseguir B2 em expressão oral e sabia que com um pouco mais de esforço eu conseguiria.
Para aumentar as chances de sucesso, dessa vez eu decidi fazer o TCF. Afinal, eram quatro possibilidades de se conseguir a nota (compreensão e expressão, oral e escrita) ao invés das duas do TCFQ. A prova foi marcada para 18 de novembro (o coordenador da Aliança, que aplicou a prova de expressão oral, ainda perguntou se eu achava que em 3 meses meu francês iria melhorar… humpf!) mas dessa vez eu estudei — aprendi os tempos verbais e melhorei o vocabulário lendo notícias do Yahoo! da França e do Québec. O esforço foi recompensado com nível B2 em não menos que três competências e até um C1 em compreensão escrita… Uhul!!! Agora era correr atrás de comprovar o nível de inglês e começar a juntar a documentação.